Blog

Ovo de Cerrado!

Esse ano resolvi fazer algo diferente. Nem lembro direito a primeira vez que fiz um ovo de páscoa, mas estava com minha irmã e tudo saiu aparentemente ok. Dessa vez, voltando às origens, tentei fazer um ovo de páscoa com licor dentro. Até aí, nenhuma novidade para os conhecidos do assunto. Tem muita gente fazendo seu próprio ovo para fugir dos preços absurdos encontrados por aí.

Uma das coisas que mais chamou a atenção no preparo do chocolate é que quanto mais vc o esquenta, mais ele fica duro. Vá entender! Mas o principal foi o licor. Acostumado com os sabores de cereja, amarula e outros, resolvi dar um toque de cerrado ao meu ovo. Pra isso, nada melhor que um licor conhecido como a “Amarula Brasileira”, ou licor de Baru par os íntimos da vegetação.

https://i0.wp.com/www.nonnapasqua.com.br/pt-br/imagens/baruzetto.jpg
Licor de baru exportado para a Europa. Produzido no Cerrado! Fonte: http://www.nonnapasqua.com.br/pt-br/imagens/baruzetto.jpg

O baru (Dipteryx alata) é uma árvore típica do Cerrado e que pode atingir até 25m de altura. O fruto forma uma espécie de amêndoa (ou castanha) muito apreciada para a produção de geleias, polpas e o famoso licor de baru, cujo vidrinho é exportado até para a Europa. Realmente, é uma delícia e a combinação com o ovo ficou ótima, dando aquele gostinho de amarula (ou será que é a amarula que tem gosto de baru?) ao morder o chocolate. Preferi fazer o recheio com o chocolate preto ao leite ao invés do branco para agradar ao paladar da namorada ;) mas nada impede de se fazer com o chocolate branco, como normalmente é feito com o recheio de amarula.

O ovo pronto pra comer e cheio de licor de baru no interior...hummm, que delícia
O ovo pronto pra comer e cheio de licor de baru no interior…hummm, que delícia

Mais que um chocolate gostoso, a intenção era mostrar que é possível aproveitar certos produtos naturais da vegetação brasileira, os quais possuem muito potencial não só economicamente, mas também como espécies chave para a conservação de um dos Domínios mais ameaçados do planeta.

Couve-cravinho no meu quintal

P1050202

Alguns poderiam chamar só de “mato”, mas poucos saberiam as verdadeiras propriedades medicinais desta plantinha conhecida como arnica-paulista, couve-cravinho, erva-fresca etc.

P1050198

Planta anual de nome científico Porophyllum ruderale (Asteraceae), não à toa, pois costuma aparecer em áreas ruderais (degradadas) sejam elas antrópicas ou não, acabou aparecendo no meu quintal. Nada de estranho, pois uma ou outra planta bonita aparece por aqui de vez em quando. Surpresa foi saber que ela tem propriedades medicinais interessantes. Vovó usa como anestésico em locais que sofreram algum trauma e ficou “roxo”.  Um estudo indicou a presença de diversos metabólitos secundários que poderiam confirmar a ação analgésica. Outros usos tradicionais indicam tratamento para contusão, inflamação e  reumatismo, por exemplo.

Mas não é só na medicina tradicional que essa planta é utilizada. Encontrada naturalmente também nas zonas andinas e subandinas, essa planta possui um óleo que pode ser aproveitado colocando suas folhas em uma salada comum. Na Bolívia, um molho feito com esta planta leva o nome de “llajwa” e tem comko característica um toque bem picante.

Bora tentar fazer uma salsa boliviana.

Salada com as folhas da “quilquiña” ou couve-cravinho

Cadastro Ambiental Rural – CAR

Quer saber sobre Cadastro Ambiental Rural (CAR), o que é preciso para seu preenchimento e tirar outras dúvidas relacionadas a sua propriedade rural? Consulte-nos neste link e solicite uma consultoria: Contato.